terça-feira, 27 de julho de 2010

Eu fiz um pedido antes de entrar no túnel, e prendi minha respiração como se toda minha existência dependesse daquele desejo se realizar. E ao avistar a luz do sol que brilhava intensamente nas ruas do Rio de Janeiro meus olhos sorriram de felicidade. Aquela mesma felicidade que existe nos olhos de uma criança ao fazer um pedido para a primeira estrela que brilha na noite. Uma felicidade esperançosa, não por realmente acreditar que passar sem respirar por um túnel vai te trazer diretamente pros meus braços, mas por perceber que você é importante ao ponto de prender meu fôlego. Hoje eu percebi que nunca deixei de te amar, apenas me apaixonei por outras meninas. E desejar estar com você foi enxergar claramente que me apaixonar por outras, não anula o que eu senti por você e que posso me apaixonar por você de uma forma muito mais forte... pra sempre!

Para Dani Morais
26/07/2010

sexta-feira, 12 de março de 2010

Antes as horas eram apenas horas... agora elas são eternas... passo o dia esperando as horas passarem... só pra ouvir o telefone tocar.
Nunca fui fã de telefone... hoje fiquei presa ao aparelho durante 58 minutos... ouvir o doce som da sua voz é o que me faz passar pelo dia.. esperar pela noite e ter sonhos de uma vida melhor... ao seu lado... SEMPRE ao seu lado...
"Pode-se morrer de felicidade?" - você me pergunta... e eu meio sem jeito "se for pra estar com você pra sempre, que venha a morte!"
Não sei como descrever a sensação de estar completa mesmo longe. De sentir meu coração batendo fora do meu corpo... de abrir uma porta e enxergar não apenas meu par, mas o objeto símbolo do compromisso, do contrato de cumplicidade, do amor, respeito.
Querem conhecer quem me faz assim tão radiante, mudada... sabem seu nome... e é só o que saberão... errar é humano... insistir no erro é burrice. Não... ninguém vai te conhecer... eu não vou deixar... você é minha... e como é gostoso poder falar que você é minha sem medo de você não gostar... adoro o fato de você, como eu, não ter medo de pertencer à alguém... que gostoso saber que eu achei aquela pessoa que mesmo longe está tão presente... que parte meu coração quando tem que ir embora... que faz meu dia mais colorido quando diz "Acorda amor... você tem que ir pra faculdade"...
A rosa foi guardada no meu livro favorito... e o post-it está no quadro de aviso... só falta mesmo acordar e dormir sentindo o perfume dos seus cabelos, todos os dias pro resto dos nossos dias! Amo você!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

O CONTINENTE

" Às dez e meia o sino tornou a badalar. Alonzo recolheu-se à cela para seus quinze minutos de meditação. Tirou do armário um estojo de couro negro e abriu-o. Lá estava o punhal, que ele não via nem tocava havia tantos anos. Era uma bela arma de cabo e bainha de prata lavrada. Alonzo desembainhou-a: a lâmina triangular de aço, que ele apertou na mão, era fria. Fria e má - concluiu. Fechou os olhos e imaginou o que teria sido sua vida - ou antes, sua morte - se ele houvesse matado aquele homem. (Como se chama ele? Com quem se parecia? Não se lembrava de nada...) Imaginou o horror de sentir nas mãos o sangue do outro, quente como uma coisa viva. Pensou na agonia das horas que se seguiriam ao crime, nas noites de insônia, no remorso a espicaçar-lhe a consiência, no horror e na vergonha da família e finalmente nas torturas do inferno, onde sua alma iria expiar pelos séculos dos séculos, não só o crime de homicídio como também o pecado da luxúria. Alonzo então usoiu os cinco sentidos para criar um inferno e se imaginar dentro dele. Ouviu seus próprios gritos de dor, os berros e as blafêmias dos outros condenados que vociferavam coisas obsenas, vituperando Cristo e a Virgem... Sentiu o cheiro de carne queimada, o fedor pútrito de corpos em decomposição. Viu os pecadores a se estorcerem, esfolados, purulentos, chamuscados, dilacerados, carbonizados - mas vivos, vivos sempre, sofrendo sempre. Sentiu na própria carne a dor que as queimaduras produziam. Tinha pecado: estava perdido pra toda eternidade. O suor escorria-lhe pelo rosto, pelo torso e de olhos cerrados Alonzo debatia-se sempre no inferno. Não havia mais salvação. Todos os segundos, todos os minutos, todas as horas, todos os dias, todos os anos, todos os séculos dos séculos - sem um único momento de alívio, sem um único instante de descanço - significavam dor, dor aguda, dilacerante. Dor.. doía-lhe a palma da mão de onde o sangue pingava lentamente nas lajes do chão. Alonzo abriu os olhos. A ponta do punhal penetrara-lhe na carne. Mas agora, suado e ofegante, ele entrevia o Céu. No ato de Deus que fulminara aquele homem, ele vislumbrara o desejo do Altíssimo não só de salvar-lhe a alma como também de chamá-lo para Seu serviço. Ele estava salvo!"


VERÍSSIMO, Érico. O continente - O tempo e o vento 1. A fonte / 3 página 37 - edição integral editora círculo do livro.

é bom e ruim quando a gente já encontra pronto um texto que teríamos gosto em escrever. Bom porque poupa-nos o trabalho, ruim porque sempre fica aquela curiosidade de como teríamos escrito e se teriamos tido tanta maestria.

Eu queria um texto que mostrasse justiça para os justos, e punição para os malfeitores. No fundo é isso que desejamos.
Ansiamos que nossos carrascos caiam em seus próprios traseiros, e sintam em suas carnes por toda a eternidade a dor e a podridão do inferno - seja ele real ou não - enquanto no Céu, pousam tranquilos aqueles que sempre foram fiéis aos seus princípios, convicções, amigos e familiares.

Bons sonhos!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Eu acredito no AMOR


Já faz tempo né? É. Bastante. Tem problema? Não. Nenhum.
Estou escrevendo um novo conto. Aliás três novos contos. As influências são muitas. A vontade de criar um novo mundo e mergulhar nele até me sufocar e nada mais restar de mim além das minhas criações. Mas não tenho conseguido dar continuidade a nenhum deles. Por mais infantis ou maduras, inocentes ou macabras que sejam. Meus textos são o que ficarão de mim. Marcarão minha existência, meus dias, meus sonhos e anseios.
Escrever é minha válvula de escape. OU eu escrevo ou eu morro. Mas eu não quero morrer. OU quero?
E quando eu não mais tiver inspiração pra escrever? E quando meus dedos não tiverem força pra segurar um lápis? E se por acaso um dia minha fonte de ideias secar?
Sem amor, sem carinho, sem sonhos, sem criatividade também? Me sinto em um labirinto que muda constantemente e me dá a impressão de que vou ficar presa na minha própria cabeça pra sempre. Um labirinto de palavras mutantes. Pensamentos diversos. Pontos de vista divergentes sobre um mesmo assunto, uma mesma pessoa. Assisti um seriado ou filme ou qualquer coisa que seja que dizia "Pessoas, são melhores do que ninguém" mas a vida tem me mostrado o contrário. As pessoas são frias, cruéis e calculistas. As pessoas têm o poder de magoar quem mais quer bem a elas. As pessoas são incapazes de um ato de carinho ou compreensão quando o problema não está ligado a seus próprios interesses. As pessoas se aproximam uma das outras por querer alguma coisa delas.
MENTIRA!
Existem as que se importam de fato com os outros. Existem aquelas pra quem amizade é uma palavra forte, com sentido, significado e responsabilidades. Existem aquelas que participam de sua vida porque querem estar presente. Aquelas que nos amam gratuitamente e que querem a cada novo dia ver brotar em nossos lábios um sorriso sincero.
É sobre isso que desejo escrever. Sobre amizades como a @carolduca, @bexbuarque, @giulyfernandes, @andrelasmar, @nadia_chaves, @erikaribeiro.
Mas quando contemplo a folha em branco são as @caroltalks, @_marinagomes, @marinadalia, @tatiols, @raissaarocha, etc... que invadem meus pensamentos.
POR QUE?
Porque um dia, em algum momento essas pessoas me fizeram mal, ou ainda fazem. E escrever pensando nelas é a maneira mais prática de expurgar de mim os sentimentos de dor e solidão que elas me causaram. Porque me matar em textos é a maneira mais rápida de me mostrar que eu estou viva, respirante. Porque expor meu lado fraco é a melhor maneira de me fazer forte.
O bem e o mal têm que existir juntos, cabe ao ser escolher qual caminho trilhar. E ainda bem que existem aqueles que andam nas sombras, que causam dor e assolam sonhos de felicidade. Ainda bem que existe quem me faça chorar, meus sorrisos são pra quem os merece. Ainda bem que existe quem me magoe, meu consolo está nos ombros de quem oferece-os a mim. Ainda bem que existe o amor não-correspondido, minha testemunha está aguardando por mim junto da minha felicidade plena.
Meu coração hoje está em paz.
Minha consciência está tranquila.
E meu travesseiro não tem mais que secar minhas lágrimas.
e a vocês eu desejo bons sonhos se a cabeça de vocês permitir.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Cansei de ser Johanna Rizzo... está na hora de matá-la... como eu matei uma parte de mim... como eu expulsei quem estava me fazendo mal.. a johanna me lembra essas pessoas.. e eu não quero mais lembrá-las... não quero mais sofrer de saudades delas... não quero mais amá-las como eu as amo....
quero passar por elas na rua e me lembrar de seus rostos sem saber de onde... sem saber seus nomes... ou de onde eu conheci....
quero novos planos, novos amores, novas pessoas durante meus dias... quero novos amigos inseparáveis... quero outro futuro. Porque vocês não servem mais pra mim!
"A amizade pode ser pra sempre se você aceita que seus amigos mudem" pois é.. eu mudei e vocês não me aceitaram... mas existe quem mudou comigo... e essas sim... estão na mesma página que eu.. amadurecendo juntos e criando laços fortes... laços que vocês não saberão nunca o que significam... porque a mente pequena de vocês não permite mudanças... nem crescimento!
É... vocês não servem mais pra mim.. e a saudade que eu sinto hoje apertando meu peito... um dia passa!

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Lendo versos antigos, prosas passadas e diálogos inventados por mim, por não ter coragem de iniciá-los verdadeiramente, e esse clima de fim de ano, novas resoluções, novos planos, novos compromissos...

Mas meu fim de ano não tem cara de novidade, não tem novas resoluções, nem novos planos, muito menos novos compromissos. Mas também prefiro não faze-los.

Assumir um compromisso é confiar em alguém ou em alguma coisa, mesmo que esse alguém seja você e alguma coisa seja seu diário. E confiar é uma coisa que cansei de fazer. Cedo ou tarde, eu perdi a confiança em tudo que passou pela minha vida. Às vezes essa foi restaurada, mas ainda mantém suas cicatrizes dolorosas, latejantes, pungentes.

Quando não restaurada, eu simplesmente podava minha vida, meus amigos, meus conhecidos. Tirava da minha vida alguém que me magoou pelo simples fato de não precisar dela mais do que eu precisava de mim. Eu era auto-suficiente. E como tudo na vida, minha independência de qualquer laço afetivo não-familiar, acabou.

Mas eu não conquistei nada, nem ninguém, não cativei alguém que me segurasse quando eu não mais me suportasse, não fiz nenhum laço forte o bastante pra entender que não é egoísmo, é fraqueza, é necessidade, carência. Não tenho nada que posso chamar de meu, nada que esteja protegido contra roubos irreversíveis.

Hoje eu sinto um peso nas costas, parece que estou carregando o mundo. E sinto que não existe quem possa carregá-lo comigo, quem QUEIRA carregá-lo comigo.

Hoje, eu me sinto vazia, como um balão que veio furado, em meio a tantos outros que flutuam pelos céus.

Hoje, minha auto-confiança se extinguiu. Minha força se esvai pelas pontas dos dedos, sem rumo, como um riacho que faz seu caminho por entre as rochas. Minha força se desprende de mim, sua cor é de sangue e seu cheiro é doce. Sinto meu corpo desfalecer com meu consentimento, e aos poucos se tornando uma massa inerte, gélida, putrefata.

Hoje, me junto à escória da sociedade, por livre e espontânea vontade.

Hoje, eu me esqueço de você, e também dos outros, afinal uma vez instaurada, a erva-daninha toma conta de todo o jardim, transformando as lindas flores em ervas-daninhas também. Hoje eu esqueço de mim. Porque você esteve em mim, porque eu quis estar em você, com você pra você e por você.

Hoje eu deixo pra trás meus sonhos de felicidade, com você.

Hoje eu deixo pra trás minha vontade de retornar àquele lugar onde eu sei que você estará.

Hoje eu abandono o abandono. Hoje eu desacredito na fé. Hoje eu descreio no conforto.

Hoje eu ando descalço, sem unhas sobre os dedos pálidos, sem brilho no olhar, sem voz, sem... Mim.

E o amanhã não existirá para me ver sorrir, o amanhã não surgirá no meu horizonte cansado de te aguardar. A estrada por onde você se foi, existe sem existir, porque ela não tem começo, nem fim, ela só existe onde você pisa, sem deixar vestígios por onde eu possa me guiar e te seguir. Fiquei assim então, perdida na noite escura, sem visão, sem proteção.

E assim permaneço. Uma casca sem vida, porém errante!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Na verdade eu não quero escrever isso. Não quero ser criativa. Não enquanto penso em você. Não enquanto desejo ardentemente que você me deseje e pense em mim.
As duas ficaram durante alguns segundos se olhando. Olhar de ternura. Suas mãos esquentavam as da outra. Fazia frio. Levemente veio o abraço, carinhoso, sutil, os corações acelerados e não mais sentiam necessidade dos casacos. Seus corpos estavam quentes e ansiavam por um brisa, o calor tomava conta do ambiente, ao redor de seus corpos unidos, uma aura exalava uma energia intensamente sexual.
As mãos percorriam as paredes procurando orientação, portas, maçanetas, obstáculos. Despiam-se pelo caminho, acariciavam uma a pele da outra, nuas, se tocavam como se viver dependesse daquele momento e apenas. Beijavam-se loucamente, apaixonadamente, murmuravam delírios de prazer. Cada célula de seus corpos estavam unidas, o sexo era íntimo, forte, verdadeiro.
Sorriram de satisfação ao gozo. Descobriam uma nova forma de respirar e sentiram vivas. Todos os sentidos estavam confusos e ao mesmo tempo aguçados.
O abraço daquela mulher era agora um ninho aconchegante onde podia descansar despreocupada. Seu sono seria velado por quem o apreciava, e assim sentindo os dedos dela em seus cabelos, adormeceria. Um sono leve, tranquilo, durou exatamente o tempo que seu corpo precisava para se recuperar.
Quando acordou a cama estava vazia mas no travesseiro pousava um bilhete: "Gostei". Logo entendeu que não passara de mais uma qualquer nas mãos de uma conquistadora. Sentiu-se usada, enganada e decepcionada consigo, por ter permitido que lhe invadissem a intimidade tão brutalmente e lhe abandonassem tão insensivelmente, friamente. Sentiu-se traída por seus desejos e iludida por seu coração. Abandonada pela razão. Enciumada pela felicidade alheia.
Olhou-se no espelho e chorou, de desgosto à sua imagem refletida.
Acendeu um cigarro. Seus lábios tremiam. No filtro um borrão vermelho marcava o contato com os lábios. Os olhos fechados permitiam que o corpo vibrasse acompanhando o efeito da droga no organismo. O restante era eliminado por um suspiro, formando uma nuvem opaca de fumaça que se espelhava tomando novas formas a cada segundo. Uma última visão de sua volta, uma vela na mesinha ao lado do isqueiro e do maço já vazio, um quadro de um pôr-do-sol que por vezes foi seu único companheiro, a janela aberta, as cortinas dançavam ao vento, e o espelho maldito, vigarista. Ele sorri e zomba dela, o desespero é agora seu único mentor, com uma caneta ela rasbica alguma coisa e com as mãos firmes, puxa o gatilho.
O tiro é certo, curto, fatal. O cadáver sorri. Um sorriso sincero como nunca tinha sido visto em vida, e no chão ao meu lado, levemente tingido de sangue, um bilhete: "Gostei"